Deformação tecidual
Uma úlcera por pressão é definida como dano tecidual causado por pressão não aliviada, fricção, forças de cisalhamento no tecido entre uma superfície e uma proeminência óssea. Para entender o mecanismo dessa lesão, deve-se considerar os efeitos dessas forças em nível celular. As forças de pressão, atrito e cisalhamento estão interligadas e podem exercer força deformacional suficiente nas células para causar danos aos componentes celulares, como o citoesqueleto da célula. Esse dano pode resultar na falha da membrana celular em manter sua função de regular o transporte de íons do ambiente extracelular. A falha da membrana celular leva rapidamente à morte celular. A morte de múltiplas células teciduais resulta, em última análise, na formação de áreas de necrose tecidual.
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Pressão

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Tosar

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Fricção

Isquemia
Paralelamente a esse dano no nível celular, deve-se considerar também os efeitos da pressão, fricção e forças de cisalhamento na vasculatura do tecido comprometido. Essas forças se combinam, em certos casos, para deformar e comprometer a capacidade dos vasos sanguíneos de fornecer níveis adequados de oxigênio aos tecidos (isquemia) e, finalmente, às células, o que leva ao acúmulo de resíduos, alterações no pH celular e, eventualmente, morte celular.
Acredita-se que esse processo se desenvolva ao longo de um período de horas, em oposição ao da deformação celular, que é um processo mais rápido.
Microclima
Um fator adicional importante no desenvolvimento da úlcera por pressão é o microclima, que constitui a temperatura e o grau de umidade na interface pele/superfície. O aumento da temperatura da pele combinado com altos níveis de umidade do suor, urina ou exsudato da ferida pode se combinar para aumentar o risco de úlcera por pressão através do aumento das necessidades metabólicas da pele, diminuindo a resistência mecânica da pele a forças externas e aumentando as forças de atrito entre a pele e uma superfície de suporte.
O risco de um indivíduo desenvolver uma úlcera por pressão é ainda influenciado por fatores intrínsecos, como idade, capacidade de reposição, estado mental, estado nutricional, nível de perfusão tecidual e uma variedade de comorbidades que podem estar presentes.
* Documento de Consenso da União Mundial das Sociedades de Cura de Feridas (WUWHS). Papel dos curativos na prevenção de úlceras por pressão. Feridas Internacionais, 2016
